sexta-feira, 27 de maio de 2011

Tudo sobre "Se beber não case! 2"


Sabe quando uma piada é muito boa? Mas muito boa mesmo?! E você se mata de dar risada? Aí, alguns anos depois, você nem bem chegou a esquecer direito a piada, e, em outra roda de bar, com outros amigos, ouve a piada novamente. A piada é realmente boa e você ri. Mas não da mesma forma que da primeira vez.

É mais ou menos essa a sensação de ver “Se beber, não case! 2”. A estrutura do roteiro é exatamente a mesma do original, com uma ou outra mudança. Até mesmo os créditos, com as fotos da bebedeira sem lembranças, estão lá. E continuam engraçadas.

Na continuação, vemos Stu (Zach Helms) durante os preparatórios para se casar na Tailândia, tentando persuadir os amigos, Doug (Justin Bartha) e Phill (Bradley Cooper), a irem até lá para a cerimonia, ao mesmo tempo em que Doug tenta convencê-lo a convidar Alan (Zach Galifianakis), seu cunhado, pivô de toda a confusão do primeiro filme.

Como era de se esperar, duas noites antes do casamento, eles tomam um porre e acordam sem a menor noção de onde estão e do que fizeram. Agora eles precisam refazer seus passos para achar Teddy (Mason Lee), irmão da noiva de Stu e filho troféu do sogro que não vai com a cara dele. O casamento pode não acontecer caso Teddy não apareça inteiro. O problema é que ele se perdeu em Bangkok, uma das cidades mais perigosas (ao menos no imaginário popular) do mundo.

No meio do caminho eles vão parar em vários bares, duas casas de strip (uma com mulheres, outra com travestis), uma delegacia, uma casa de tatuagem, um hotel, um templo budista com monges silenciosos, e descobrem que fizeram muita, mas muita farra na noite anterior (exatamente como no primeiro filme). Mas para dar uma ideia de como os longas têm estruturas parecidas, Todd Phillips se dá o direito até mesmo de não incluir o personagem de Justin Bartha na trama, arrumando uma desculpa qualquer para ele ter saído mais cedo da bebedeira.

Porque, como no primeiro, as piadas funcionam melhor apenas com a interação entre Helms, Galifianakis e Cooper. Mas é claro que uma estrutura semelhante não quer dizer, necessariamente, um filme igual. As piadas isoladas estão excelentes e Phillips explora melhor seu trio de protagonistas.

Galifianakis continua afiado, fazendo aquele tipo que ele tem se especializado: o tapado que beira o autismo, tão infantilizado que, por mais absurda que seja a situação, não é possível sentir raiva. Helms está mais à vontade ainda, recriando um Stu mais atormentado e mais temeroso das consequências de seus atos. Se no primeiro a questão era sua noiva dominadora, neste o conflito está centrado no sogro, que desaprova a relação, por considerar Stu um covarde. E Cooper continua, como em todos os seus filmes, aquele cara super legal que você sempre quis como amigo. E é sensacional que ele tenha ligeiramente menos espaço nesta continuação, já que seu personagem é o que tem menos, digamos, conflitos a serem resolvidos.

A sensação final é que os produtores levaram a sério aquela regrinha de que a continuação deve ser mais ‘sombria’, vide “Star Wars”, “Indiana Jones”, “Matrix” e “Senhor dos Anéis”. Mas mais sombria, no universo de Todd Phillips, quer dizer mais escrachada. Isso significa que ao longo da projeção, somos confrontados com uma quantidade de nus frontais (sejam de homens, mulheres ou todas as coisas no meio do caminho) bastante superior que o recomendável para pessoas mais conservadoras.

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